sábado, 9 de setembro de 2017

“Isso é para Boston”, por Isaiah Thomas



É engraçado, eu estava comemorando.
Quando recebi a ligação de Danny (Ainge), eu estava deixando o aeroporto – minha esposa, Kayla e eu estávamos retornando de uma viagem onde comemoramos nosso aniversário de um ano de casamento. Fomos a Miami por alguns dias – e agora estávamos de volta a Seattle, dirigindo para casa.
Eu perdi a ligação, deveria estar ocupado com alguma coisa no carro. Danny me enviou uma mensagem.
“IT, me ligue quando puder”.
Soa dramático, mas na verdade é uma mensagem comum vinda do Danny. Poderia ser um monte de coisas. Então eu liguei de volta para ele, ainda dirigindo, sem dar muita importância. Ele sabia que eu estava viajando, então me fez algumas perguntas sobre isso. Tenho certeza de que perguntei como ele estava, como estava a família dele. Uma conversa normal, você sabe.
E aí, eu notei algo que…era quase imperceptível. Uma pequena pausa na conversa. E foi aí que ele me disse.
“Eu acabei de trocar você”.
Simples assim. Sem grandes palavras, sem um grande discurso. Eu acho que, quando envolve esse tipo de coisa, não há muito a dizer.
“Para onde?” Isso foi tudo o que eu consegui pensar.
“Para os Cavaliers, pelo Kyrie”.
E foi aí que, tipo, cara. Você já esteve no telefone, e aí alguém te diz alguma coisa… e, de repente, tudo o que você pode pensar é: eu não quero mais estar nessa ligação? Não é nenhuma grosseria. Simplesmente, sua força de vontade de ter uma conversa se vai. Foi isso que o que senti naquele momento.
Danny começou a falar sobre tudo o que fiz pela cidade de Boston, e pela organização do Celtics, tanto dentro como fora da quadra. Sobre como eu sou um grande jogador, e como eu me darei bem em Cleveland. Você sabe, esse tipo de coisa. E foi tipo… naquele momento? Eu definitivamente não queria ouvir nada daquilo.
Então, eu fiquei tentando encerrar a conversa algumas vezes. Eventualmente, consegui. Foi basicamente, você sabe – fico agradecido por você ter entrado em contato, me dito tudo isso, mas não há nada mais que você ou eu podemos dizer neste momento.
Foi basicamente isso.
A ligação foi desse jeito.
Cara… Tanta coisa passou pela minha cabeça naquele momento. Mas eu precisei bloquear tudo aquilo por um tempo. Meu primeiro instinto foi tentar entender o que isso significaria para minha família. Pensei em meus dois filhos, James e Jaiden, e ter que dizer a eles que era hora de mudar. Eu sabia que isso seria um choque para eles – primeiro, pelo fato de estarmos próximos do ano letivo. E segundo, por saber o quanto Boston havia começado a ser uma casa para eles. Para todos nós.
Os meninos estavam hospedados na casa da minha mãe, enquanto Kayla e eu estávamos viajando, e, assim, que chegamos em casa do aeroporto, fazemos um FaceTime com eles. Eu sabia que a notícia iria vazar mais cedo ou mais tarde, e eu queria me certificar de que eles ouviriam isso de mim. E então eu contei o que havia acontecido: papai foi negociado.
James, meu filho mais velho – tal pai, tal filho, porque ele fez a mesma primeira pergunta que eu: “para onde?”
“Cleveland. Eles me trocaram pelo Kyrie. “E tenho certeza de que você sabe o que aconteceu depois.
“LEBRON! LEBRON JAMES! Papai, você vai jogar com LeBron James! “
Jaiden, porém, o caçula, e talvez um pouco mais sensível, ama Boston mais do que qualquer pessoa. Então eu sabia que a notícia poderia ser mais dolorosa para ele. E apenas observando a reação dele, assim que ele ouviu, eu sabia que estava certo. Ele parecia estar com o coração partido.
Eu disse: “Jaiden, você está feliz ou está triste?”
“Triste.”
“Por quê?”
E ele disse: “Porque Cleveland provavelmente não tem pistas de skate”.
Ele adora skate e coisas assim. Então ele definitivamente ficou chateado com isso. (Cleveland, se vocês tiverem pistas de skate, me avisem no Twitter)
Poucas horas depois, a notícia estava em todos os noticiários. Todas as minhas redes sociais estavam explodindo. Devo ter recebido umas mil mensagens e visto umas mil reações.



Mas a verdade é que as duas primeiras reações que recebi, a dos meus filhos, eram só as que eu precisava. Todas aquelas análises, todos os rumores, observações de especialistas… e, cara, os meus filhos entenderam em alguns minutos no FaceTime. Tudo sobre aquela troca, tudo o que eu estava sentindo no meu coração naquele momento – eles acertaram as duas únicas coisas que importavam.
Uma, como meu filho mais velho disse: “LeBron James”. Ou, colocando de outro jeito – eu vou chegar e me juntar à melhor equipe do Leste, e tentar ganhar um campeonato ao lado do melhor jogador de basquete do mundo.
E dois, como meu filho mais novo disse: “Triste”. Ou colocando de outra maneira, cara, eu vou sentir falta dessa cidade.
Cara, eu vou sentir falta de ser um Celtic.
Então, eu vou dizer de uma vez: essa merda doeu. Doeu muito.
E não vou mentir – ainda dói.
Não é que eu não entenda isso. Claro que entendi: isso é um negócio. Danny é um homem de negócios, e ele tomou uma decisão. Eu não concordo com ela e, pessoalmente, não acho que o Boston Celtics tenha melhorado com essa troca. Mas esse não é o meu trabalho. Esse é o trabalho do Danny. E é um trabalho difícil, e ele tem sido muito bom nisso. Mas, no fim das contas, essas trocas apenas remetem a apenas uma coisa: negócios. Portanto, sem mágoas. Eu sou adulto, e eu sabia onde estava me metendo quando ingressei nesta liga – e até agora tenho recebido mais bênçãos do que maldições. Eu não estou sentado aqui, escrevendo isso, achando que fui injustiçado. Eu não fui injustiçado. Boston tinha todo o direito de me trocar.
Além do mais, de muitas maneiras, eu acho que essa foi uma boa lição. Não só para mim, mas para a liga como um todo. E para os fãs e para a mídia também, você sabe, como eles falam sobre os jogadores que trocam de times. Eu estava pensando nisso no ano passado, com Kevin Durant sendo agente livre – e sobre como as pessoas o criticaram por ele ter feito o que ele achava que era o melhor para ele e para o seu futuro. Como eles o transformaram em um vilão, apenas por ter exercitado o seu direito como agente livre nesta liga. De repente, era tipo: “oh, ele é egoísta”, ou “oh, ele é um covarde”. De repente, apenas por ter tomado uma decisão de negócios, e por ter feito que era certo para ele, ele foi retratado como uma má pessoa.
Mas é isso que eu acho que a minha troca mostra para as pessoas. Eu quero que eles vejam como minha negociação foi feita – assim, sem nenhum aviso prévio – pela franquia pela qual eu briguei, me sacrifiquei, sangrei, pela qual eu dei tudo o que eu tinha. É por isso que as pessoas precisam alterar suas perspectivas. É tipo, cara – com poucas exceções, a menos que sejamos agentes livres, 99 vezes em 100, são os proprietários que têm o poder. Então, quando os jogadores estão sendo trocados a toda hora, e tendo suas vidas alteradas sem nenhum aviso prévio, e vida que segue… Mas, então, quando isso se inverte, e o jogador tem controle… aí vira um escândalo? Apenas sendo honesto, mas para mim, isso diz muito sobre onde estamos como liga e até como sociedade. E diz muito sobre o tanto que ainda temos que avançar.
E, como eu disse, sem mágoas. Mas eu só espero que a próxima vez que um jogador trocar de time na agência livre, e as pessoas quiserem atacá-lo ou escrever uma crítica ou um mandar um tweetdesagradável sobre ele, talvez, agora, eles pensem duas vezes. Talvez eles olhem ao redor da liga, para um caso como o meu e se lembrem que lealdade é apenas uma palavra. E é uma palavra poderosa se você quiser que seja. Mas cara… Quando se trata de negócios, você não pode contar com ela.
Ao mesmo tempo, porém, as pessoas precisam entender. Tipo, mesmo com todo isso que eu disse … cara … ainda dói. Ainda dói muito. E espero que as pessoas possam entender isso quando eu digo que dói, não estou me dirigindo a ninguém em particular. Eu não estou dizendo que eu fui magoado por alguém, ou injustiçado por alguém, ou traído. Só estou dizendo, cara, que sou humano. Posso agir como um cara durão na quadra. E pode parecer que tenho gelo em minhas veias quando estou competindo. Mas, ao mesmo tempo – não tenho gelo, na verdade. Eu tenho sangue e tenho um coração como todo mundo.

E então, quando digo que isso dói, cara –  saiba que não é por causa de alguma coisa que alguém fez. É só por causa de algo que fiz.
Eu me apaixonei por Boston.
Quando o Celtics me adquiriu via troca, eu sabia o que era esperado. Eu sabia do meu papel quando fui trazido para jogar – o mesmo papel que desempenhei durante toda a minha carreira na NBA. “Armador que pontua, que sabe armar um pouquinho”. “Arma ofensiva vinda do banco”. “Sexto homem.” Já era a minha terceira parada em quatro anos, e esse não é um plano de carreira de ninguém que é um Franchise Player ou armador do futuro. Não era assim que a liga me via. E eu sabia disso.
E quando cheguei via troca, acho que os fãs do Celtics também sabiam o que eu era. Eles sabiam que eu estava sendo trazido como parte de um profundo processo de reconstrução, e que não era o momento de pensar em playoffs ou nada. Eram para ser alguns anos de transição. Você sabe: empilhar moedas de troca. Encontrar algum talento jovem e barato. E sim – provavelmente perder um monte de jogos.
Pelo menos era isso o que todos nos diziam.
E eu acho que é por isso que eu me dei tão bem com a cidade de Boston e porque nos conectamos tão bem. Toda a minha vida, tudo o que eu estava fazendo era vencer e jogar um excelente basquete. Mas agora, de repente, como profissional, as pessoas estavam me dizendo que eu tinha que ser um jogador vindo do banco – e que o melhor que eu poderia esperar era ser o cestinha de uma equipe em reconstrução. E é semelhante a esta era do Celtics: durante toda a sua existência, o Celtics só ganhou e jogou um excelente basquete. Mas agora, de repente, as pessoas estavam dizendo aos fãs da equipe que haveria uma reconstrução e que eles seriam um time de loteria por um tempo. E é quase como eu e a cidade, meus companheiros de Celtics e esses fãs celtas, nós compartilhamos o mesmo coração, a mesma mentalidade. Nós só queríamos ganhar – agora – e nenhum de nós tínhamos tempo para as críticas. Era tipo, cara, foda-se a loteria.
E acho que isso evoluiu para uma relação especial, essa conexão especial com o momento. Todo mundo tem seus números e as estatísticas todas decoradas – e todos esses especialistas, cara, eles acham que sabem tudo sobre a liga. Mas eles nunca me entenderam. E eles nunca entenderam a importância de se ter uma cultura vencedora – da qual fazem parte os fãs, o jogadores, os treinadores, diretoria, até o topo. E nós tínhamos isso aqui. Este foi o primeiro lugar, a primeira organização, o primeiro grupo de fãs da liga que não olharam para mim, não olharam para o meu tamanho e não me colocaram no mesmo papel de sempre. O Boston Celtics me deu a chance de ser grandioso. E eu nunca vou me esquecer isso.
E é por isso, sabe, que as pessoas me perguntam muito sobre os playoffs do ano passado. Sobre como, mesmo depois que minha irmã Chyna morreu, eu ainda apareci lá para o jogo 1 contra Chicago e entrei em quadra. Mas o louco é que, o motivo inicial pelo qual eu planejava jogar, foi um pouco diferente do motivo pelo qual eu, de fato, acabei jogando. No começo, pensei que iria jogar porque, honestamente, essa é apenas a minha mentalidade quando se trata de basquete. Com o basquete, acho que sempre foi, como – não importa o que estava acontecendo na minha vida… Eu sempre achava refúgio em uma quadra de basquete. Tudo o que tenho a fazer é encontrar uma, e eu sei que estarei bem enquanto eu estiver naquela quadra. Isso é o que o basquete sempre foi para mim, em meio aos altos e baixos da minha vida. Isso me protege de tudo o que acontece na minha vida.

E quando eu cheguei à arena naquela noite, depois que a Chyna morreu – eu estava pensando, O.K., eu só preciso que isso aconteça. Eu preciso que essa quadra seja meu escudo esta noite, eu preciso que essa quadra me ajude a esquecer. Mas quando eu cheguei lá? Cara, foi um daqueles momentos… Eu nem consigo descrever. Os aplausos que recebi, ainda posso ouvi-los. As pessoas tinham esses cartazes, e eu ainda posso vê-los: ISSO É PELA CHYNA. NÓS TE AMAMOS ISAIAH. Esse tipo de coisa. Então eles fizeram um momento de silêncio, toda a arena, em memória da Chyna. E foi tipo… Cara. Percebi naquele momento, que eu não precisava da quadra para me proteger. Eu não precisava bloquear nada e fingir que não estava sofrendo. Eu não precisava estar sozinho. Toda a arena estava ali comigo. Honestamente, eu senti que toda a cidade de Boston estava comigo.
E naquele ponto, eu acho que caiu a ficha, tipo, é claro que eu tenho que jogar. Em primeiro lugar, vou fazer isso pela Chyna e pela minha família. Mas eu também vou fazer isso pela minha cidade. Porque o que eles estão me mostrando agora é tudo que eu precisava esta noite: saber que não estou sozinho. Eles estão me mostrando que estão passando pela mesma coisa pela qual eu estou passando esta noite. Eles estão me mostrando que eu sou um deles, e que nós estamos juntos nisso. Então vamos estar juntos nisso.
E por dois anos e meio, cara, nós estávamos juntos.
Eu só vou dizer isso aqui, para acabar com isso – e daí você pode seguir em frente e publicar isso em qualquer outro lugar que você queira: você não vai querer mexer com o Cavs este ano. Este será um ótimo ano para ser um torcedor do Cavs, um excelente ano. Eu estou animado.
Da perspectiva do basquete, eu e o Cavs fomos feitos um para o outro. Se você assistiu a algum jogo do Celtics, no ano passado, então você sabe quantas vezes eu teria que passar por dobras e até marcações triplas, apenas para conseguir arremessar. Acabou funcionando muito bem para nós – os caras estavam jogando muito bem, e meu arremesso estava caindo. Mas este ano… Cara, nem vai ser um problema. Você realmente vai por três caras para me marcar, quando estou dividindo a quadra com o melhor jogador de basquete do planeta? Eu acho que não.

E esse é só o LeBron. Eu olho para todo o elenco, e só vejo caras com os quais eu mal posso esperar pra jogar junto: Kevin Love (era meu antigo colega de equipe da AAU!), Tristan Thompson, J.R. Smith, Iman Shumpert… Não é nenhum acidente para mim esses caras terem ganhado o Leste por três anos consecutivos. E agora comigo, D. Rose e meu parceiro Jae? Esse elenco, cara, é completo. Fãs dos Cavs, vamos nos preparar para um rock and roll.
Claro, estar na equipe a ser batida no Leste… Eu não vou mentir, são emoções misturadas. Porque esse foi o nosso objetivo em Boston durante muito tempo – passar pelo Cavs e ganhar o Leste. E eu sei que esse ainda é o objetivo em Boston. Porém, agora, é minha responsabilidade impedi-los de completar esse objetivo. E isso é difícil. Porque quando chegar os playoffs, e nós tivermos que enfrentar o Celtics… Eu não sei, é difícil de explicar. Não vai ser apenas o “time em que costumava jogar”. É a minha ex-equipe. O ataque de elite, mais de 30 jogos televisionados, um lugar para o qual os agentes livres queiram vir jogar – eu sinto que ajudei a construir tudo isso. Ajudei a criar essa situação.
E quando chegarem os playoffs, de repente, será tipo: O.K., agora destrua tudo isso.
É triste, cara. É muito triste.
Mas eu não vim para Cleveland para perder.
Como eu disse, quando a notícia da troca saiu, recebi muitas mensagens. SMS, Instagram, Twitter, Voicemail. Estava frenético. Mas uma mensagem, em particular, me chamou a atenção. Foi do Tom Brady.
“E aí, IT, acabei de ouvir a notícia. Você está bem?”
“Eu estou bem. Quero dizer, é uma loucura. O jogo é implacável.”
“Sim, é implacável. Toda a sorte do mundo. Você vai se sair bem. Mantenha contato.”
Não foi o que ele disse, exatamente – embora tenha sido legal por parte dele entrar em contato, sem dúvida. Foi mais por tudo o que significou, eu acho, que essa mensagem mexeu comigo. Receber uma mensagem pessoal assim de alguém como o Tom, que é uma lenda em Boston…quero dizer, foi meio agridoce.
Em primeiro lugar, machucou um pouco. Eu olho para a carreira do Tom com o Patriots – e é exatamente o tipo de carreira que eu esperava construir aqui com o Celtics: ser uma escolha baixa de draft… Chegar sem aclamação… E depois – por meio de trabalho árduo, de determinação, e de algum talento que talvez as pessoas tivessem ignorado – começado a ganhar, e ganhar, e ganhar. E depois estabelecer um legado de vitórias. E daí ficar em Boston, ganhar títulos e competir bastante pelo resto da minha carreira – até que eu fosse considerado um dos grandes de todos os tempos de Boston. Essa é a carreira que eu estava começando a planejar para mim. Em minha mente, queria ser a versão Celtics de Brady e David Ortiz (Big Papi). Eu queria que a próxima era do basquete do Celtics entrasse para a história – e eu queria entrar para a história esportiva de Boston junto. Então, quando recebi esse mensagem do Tom, você sabe, uma parte de mim se sentiu bastante triste.
Mas então eu refleti mais sobre a mensagem… E acho que mudei um pouco a minha perspectiva. Eu meio que entendei, que cara, esse é Tom Fucking Brady. E só estive aqui por dois anos e meio. Tom Brady não está enviando uma mensagem dessas aos caras que jogaram em Boston por apenas dois anos e meio – a menos que eles tenham feito algo muito especial. Então, talvez, eu não sei… Talvez seja um motivo para se orgulhar. E talvez, meu tempo aqui… mesmo que, no fim das contas, não foi exatamente o que eu sonhei que fosse – talvez ainda tenho significado algo para algumas pessoas.
Então, acho que estou desse jeito neste momento. Ainda estou machucado, e ainda estou triste de ir embora. E tenho a certeza de que sentirei falta da minha família Celta por algum tempo. Mas agora eu vou para Cleveland, fazer o que eu faço de melhor. Eu vou me entregar. Pode não ser a carreira com a qual eu sonhei ter no ano passado, ou mesmo no mês passado – mas refletindo sobre isso, essa foi a minha carreira desde o começo. Nunca foi um sonho se tornando realidade e nunca foi o que eu esperava. Foi só eu mesmo.
E talvez essa seja a resposta para tudo isso, entende? Tipo, sim, nunca serei Tom Brady. E eu nunca serei David Ortiz. Eu nunca serei Bill Russell, ou Paul Pierce, ou Kevin Garnett, ou Larry Bird. Mas se isso teria acontecido sem essa troca, ou não teria — eu ainda assim gosto de imaginar uma coisa.
Gosto de imaginar que, daqui a algum tempo, em algum lugar de Boston, alguém vai se tornar um pai ou uma mãe, e conversar sobre basquete com o filho. E a criança vai perguntar, sem rodeios , como as crianças fazem, você sabe, “Ei, por que você se tornou um fã do Celtics?”
E aquele pai ou mãe, cara, vai refletir, realmente pensar nisso. E então ele/ela vai sorrir, e dizer a verdade.
“Eu vi Isaiah Thomas jogar”.
Isso me deixaria muito feliz. Para mim, eu acho, isso seria o suficiente.

ISAIAH THOMAS / CONTRIBUTOR

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