A Federação Internacional de Basquete (FIBA) oficializou agora pela manhã os convites para o Mundial masculino da Espanha de 2014 que será realizado entre 30 de agosto e 14 de setembro (link oficial aqui). Brasil, Grécia, Turquia (três mundiais sem mérito esportivo – convite em 2006 e 2014, sede em 2010) e a inacreditávelFinlândia foram os agraciados (tão inacreditável que acho bem impossível vocês, mesmo os mais fanáticos, saberem quem é o lourinho da foto deste texto).
A respeito da Finlândia, país sem tradição alguma no basquete, sem mérito esportivo algum para disputar um Mundial, a informação que acabo de ver no Twitter é que os donos daquele jogo Angry Birds (vocês conhecem, certo?) é que bancaram os finlandeses na competição. A Rovio Entertainment, desenvolvedora com sede em Espoo (Finlândia), garantiu publicidade do Mundial da Espanha no jogo durante a competição e aceitou bancar o que a FIBA pediu para o convite (além da grana, a base de clientes deve ser imensa mesmo para fazer mídia – nunca joguei, não sei nem como é). Se for isso mesmo, é até meio cômico.
Em um país com administração de esporte séria e eficaz, porém, a resposta seria um sonoro e singelo ‘NÃO’, (jogar um Mundial) não é a única maneira de se popularizar a modalidade. A Rússia tem um campeonato fortíssimo, a Alemanha está crescendo junto com sua economia, a Itália, com sua geração talentosa (Belinelli, Bargnani etc.), vai voltando ao estágio da década passada e a China está criando uma liga bem interessante também. Todos estes países abriram mão de investir uma dinheirama (o Lance! fala em quase R$ 3 milhões – veja mais aqui) para jogar uma competição de 14 dias – grana que será investida no ano todo de 2014 em clínicas, campeonatos de base, desenvolvimento de jovens etc. .
É uma questão de prioridade, visão e planejamento. Não tem certo e errado, mas que não nos deixemos enganar: há, sim, outra forma de pensar em crescer o esporte que não apenas apenas jogando o Mundial. Quatro países estão dando uma demonstração de quão selvagem (pra não usar uma palavra mais forte) foi este processo de convites da FIBA. Quão caro (no sentido de grana mesmo) seria bancar quase R$ 3 milhões. Se para uma Federação da Alemanha, país rico, pesaria nos cofres e no orçamento de 2014, o que dizer da endividada CBB? Pois é.
Brasil pagou, joga Mundial. E o resto, como fica? Carlos Nunes vai se gabar, vai respirar fundo, vai dizer que não deixou o país ficar de fora da Copa do Mundo de basquete. Tudo bem, presidente, tudo bem, beba uma cava hoje à noite nas Ramblas de Barcelona.
Mas e o restante da administração da modalidade, como vai ficar para este ano? Será que sobrou algum cascalho para investir no restante de 2014? Como faz para sanear as dívidas que até o final de 2012 eram de quase dois dígitos? Como faz para investir na sucateada base do basquete deste país? Quase R$ 3mi por um convite é uma graninha forte, hein…
FONTE: balanacesta.blogosfera.uol.com.br
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